
Categoria: Artigos
Data: 23/03/2025
Os talentos - Mateus 25.14-30
Sinopse da série
No começo de 2023 e de 2024, as temporadas da série Parábolas nos
mostraram como a maneira predileta de Jesus ensinar era pelo uso de
parábolas. A palavra Parábola deriva das raizes gregas: para (“ao lado”)
e ballō (“lançar”), literalmente significa “colocar ao lado”, sugerindo uma
comparação entre duas coisas que são semelhantes.
Em seu livro "Drama das Escrituras", o teólogo canadense Michael Goheen
escreve: "As parábolas de Jesus são contadas para explicar o 'segredo'
desse reino que apareceu entre eles de modo completamente inesperado.
"As parábolas ajudam aqueles que recebem a palavra de Jesus com fé, a
entender a natureza do reino e como prosseguir a partir desse encontro.
São histórias simples mas com ensinamentos confrontadores, consoladores
e sábios. A parábola de hoje está em Mateus 25.14-30, os talentos.
Contextualização:
Hoje, a palavra "talento" nos faz pensar em um dom natural, como ser bom em
arte. Mas, na Bíblia, "talento" era um valor em dinheiro. Para entender melhor,
1 talento era a medida de 35 kg de ouro, equivalente a 6.000 denários. Um
soldado romano recebia 1 denário por dia, o que já era um bom salário. Ou
seja, o dono da história deu aos seus servos quantias grandes. O rev.
Hernandes traz uma definição interessante sobre essa parábola: "O tema
principal dessa parábola é como devemos administrar os bens que o Senhor
nos confiou até a sua volta. É uma parábola sobre mordomia.”¹
1- Da capacidade ao desconhecimento - v.14-25
(v.14-18) - Os três servos receberam talentos de seu senhor, conforme a
capacidade de cada um. Dois investiram, já o que recebeu menos, escondeu-o.
O servo que recebeu menos tinha capacidade para multiplicar; ainda assim, ele
a reteve. Uma das coisas que muitos pensam, quando são desafiados a
contribuir com a missão, é: “Se eu ganhasse mais, com certeza ajudaria no
reino”. A verdade é que os recursos que você tem estão de acordo com a sua
capacidade para administrar; então, ao dizer que contribuiria com o Reino se
tivesse mais recursos, você está usando uma desculpa para continuar
"escondendo" os recursos que Deus lhe deu. Tanto isso é verdade que muitas
vezes você acha caro dizimar ou investir no reino, mas, mesmo com pouco
recurso, você não mede esforços para gastar com diversão, estética, bens e etc.
(v.19-25) - O servo diz que o motivo de esconder o talento foi o medo do
senhor. A resposta do senhor àquele servo revela que o servo não conhece o
seu senhor. A verdade é que muitos não conseguem contribuir com o reino,
dizimar, ofertar e multiplicar os recursos na missão, porque desconhecem a
Deus. Se você pensa que guardar é mais importante que abençoar, você não
conhece o Deus que ensina que multiplicar no reino é mais importante. “Ah,
pastor, discordo”, então, se você reconhecesse que Ele é o dono de tudo, você
não discordaria, mas obedeceria.
2- O dono dos recursos - v.26-27
(v.26-27) - É o Senhor dos servos que deixou o seu dinheiro para eles. Deus
é quem dá os recursos; perceba que não vêm de nós, é dom de Deus. Isso
não é de hoje…
Quando Deus criou todas as coisas, os animais, as frutas, a terra, ele chama o
ser humano para ser um mordomo, quando diz: “Dominem..." - רדה / radah -
governar (Gênesis 1:26-28). Isso significa que, desde o início, o homem
deveria ser um mordomo dos recursos de Deus e ninguém teria falta de nada.
O ser humano, porém, esconde-se de Deus, demonstra não conhecê-lo e
resolve passar de mordomo para dono (Gênesis 3:4-5). Isso gerou o caos e,
hoje, não só queremos tomar os recursos de Deus, como queremos tomar até
os recursos dos outros; o “eu” é o centro de tudo.
Mas Deus, em sua misericórdia, enviou seu filho Jesus. Diferente de qualquer
ser humano, ele deixa seus recursos, sua glória, sua riqueza de rei para se
fazer o mais pobre de todos. Ele morreu na cruz como um ladrão, assumiu a
nossa dívida, ao terceiro dia ressuscitou e fez um novo caminho para voltarmos
à criação que prática a mordomia.
Portanto, lembre-se de que os recursos que você tem não são seus, você não é
dono, você é um mordomo. Quer seja muito ou pouco, Deus te deu e um dia
pedirá conta daquilo que você fez com os recursos dele. Pode demorar, mas o
Senhor voltará.
3- Praticando a mordomia - v.28-30
(v.28-30) - O servo que multiplicou os recursos recebeu até mais do que já
tinha; porém, o servo que tem a motivação errada, que, no encontro com o
Senhor, usou de desculpas, até o que tinha lhe foi tirado e se tornou um servo
inútil.
Você quer ser um servo útil? Repense a motivação. Algo que sempre
enfatizamos é que os recursos que partilhamos não são um momento de troca,
mas sim pela gratidão a Jesus por tudo o que ele fez por nós. A motivação dos
discípulos de Jesus é que outras pessoas também sejam alcançadas por Cristo,
como nós fomos; por isso, investimos na igreja, na equipe pastoral, nos irmãos
que passam dificuldade, na plantação de novas igrejas, enfim, Deus está
alcançando vidas e nos dá o privilégio de fazer parte da missão.
Você quer ser um servo útil? Pare com as desculpas. Muitos sempre encontram
desculpas para não contribuir. Falam do salário instável, que não há dízimo no
Novo Testamento, que nunca sobra dinheiro, que tudo está caro, que, quando
tiverem mais dinheiro, contribuirão; enfim, inventam inúmeras desculpas. Se
você é um discípulo de Jesus, pare com as desculpas e comece a investir no
reino os recursos que Deus lhe deu.
Você quer ser um servo útil? Multiplique, e Deus o abençoará. O texto diz algo
muito claro: os servos que investem no reino terão os recursos multiplicados,
e quem não investe, até o que tem será tirado. Não estamos falando de troca,
mas de confiança na provisão do dono dos recursos. Se você é um discípulo de
Jesus, seja rico ou pobre, tendo muito ou pouco, você investirá no reino e
conhecerá o Deus provedor. A palavra de Deus nos garante que, ao dizimarmos
e ofertarmos, quando realmente somos generosos, se administrarmos com
sabedoria e assumirmos a responsabilidade da missão, as janelas dos céus se
abrirão e nada há de faltar. (Malaquias 3.10-12).
Minha oração é que nos perdoe por não investirmos no reino. Que a vida de
Jesus nos lembre de que todos os recursos são de Deus. Que o Espírito Santo
nos guie para sermos servos úteis, que tenham a motivação correta, crendo
na provisão dEle.
¹ Hernandes Dias Lopes, Mateus: Jesus, o Rei dos Reis, 1a edição, Comentários
Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2019), 727.
Os talentos - Mateus 25.14-30
Sinopse da série
No começo de 2023 e de 2024, as temporadas da série Parábolas nos
mostraram como a maneira predileta de Jesus ensinar era pelo uso de
parábolas. A palavra Parábola deriva das raizes gregas: para (“ao lado”)
e ballō (“lançar”), literalmente significa “colocar ao lado”, sugerindo uma
comparação entre duas coisas que são semelhantes.
Em seu livro "Drama das Escrituras", o teólogo canadense Michael Goheen
escreve: "As parábolas de Jesus são contadas para explicar o 'segredo'
desse reino que apareceu entre eles de modo completamente inesperado.
"As parábolas ajudam aqueles que recebem a palavra de Jesus com fé, a
entender a natureza do reino e como prosseguir a partir desse encontro.
São histórias simples mas com ensinamentos confrontadores, consoladores
e sábios. A parábola de hoje está em Mateus 25.14-30, os talentos.
Contextualização:
Hoje, a palavra "talento" nos faz pensar em um dom natural, como ser bom em
arte. Mas, na Bíblia, "talento" era um valor em dinheiro. Para entender melhor,
1 talento era a medida de 35 kg de ouro, equivalente a 6.000 denários. Um
soldado romano recebia 1 denário por dia, o que já era um bom salário. Ou
seja, o dono da história deu aos seus servos quantias grandes. O rev.
Hernandes traz uma definição interessante sobre essa parábola: "O tema
principal dessa parábola é como devemos administrar os bens que o Senhor
nos confiou até a sua volta. É uma parábola sobre mordomia.”¹
1- Da capacidade ao desconhecimento - v.14-25
(v.14-18) - Os três servos receberam talentos de seu senhor, conforme a
capacidade de cada um. Dois investiram, já o que recebeu menos, escondeu-o.
O servo que recebeu menos tinha capacidade para multiplicar; ainda assim, ele
a reteve. Uma das coisas que muitos pensam, quando são desafiados a
contribuir com a missão, é: “Se eu ganhasse mais, com certeza ajudaria no
reino”. A verdade é que os recursos que você tem estão de acordo com a sua
capacidade para administrar; então, ao dizer que contribuiria com o Reino se
tivesse mais recursos, você está usando uma desculpa para continuar
"escondendo" os recursos que Deus lhe deu. Tanto isso é verdade que muitas
vezes você acha caro dizimar ou investir no reino, mas, mesmo com pouco
recurso, você não mede esforços para gastar com diversão, estética, bens e etc.
(v.19-25) - O servo diz que o motivo de esconder o talento foi o medo do
senhor. A resposta do senhor àquele servo revela que o servo não conhece o
seu senhor. A verdade é que muitos não conseguem contribuir com o reino,
dizimar, ofertar e multiplicar os recursos na missão, porque desconhecem a
Deus. Se você pensa que guardar é mais importante que abençoar, você não
conhece o Deus que ensina que multiplicar no reino é mais importante. “Ah,
pastor, discordo”, então, se você reconhecesse que Ele é o dono de tudo, você
não discordaria, mas obedeceria.2- O dono dos recursos - v.26-27
(v.26-27) - É o Senhor dos servos que deixou o seu dinheiro para eles. Deus
é quem dá os recursos; perceba que não vêm de nós, é dom de Deus. Isso
não é de hoje…
Quando Deus criou todas as coisas, os animais, as frutas, a terra, ele chama o
ser humano para ser um mordomo, quando diz: “Dominem..." - רדה / radah -
governar (Gênesis 1:26-28). Isso significa que, desde o início, o homem
deveria ser um mordomo dos recursos de Deus e ninguém teria falta de nada.
O ser humano, porém, esconde-se de Deus, demonstra não conhecê-lo e
resolve passar de mordomo para dono (Gênesis 3:4-5). Isso gerou o caos e,
hoje, não só queremos tomar os recursos de Deus, como queremos tomar até
os recursos dos outros; o “eu” é o centro de tudo.
Mas Deus, em sua misericórdia, enviou seu filho Jesus. Diferente de qualquer
ser humano, ele deixa seus recursos, sua glória, sua riqueza de rei para se
fazer o mais pobre de todos. Ele morreu na cruz como um ladrão, assumiu a
nossa dívida, ao terceiro dia ressuscitou e fez um novo caminho para voltarmos
à criação que prática a mordomia.
Portanto, lembre-se de que os recursos que você tem não são seus, você não é
dono, você é um mordomo. Quer seja muito ou pouco, Deus te deu e um dia
pedirá conta daquilo que você fez com os recursos dele. Pode demorar, mas o
Senhor voltará.3- Praticando a mordomia - v.28-30
(v.28-30) - O servo que multiplicou os recursos recebeu até mais do que já
tinha; porém, o servo que tem a motivação errada, que, no encontro com o
Senhor, usou de desculpas, até o que tinha lhe foi tirado e se tornou um servo
inútil.
Você quer ser um servo útil? Repense a motivação. Algo que sempre
enfatizamos é que os recursos que partilhamos não são um momento de troca,
mas sim pela gratidão a Jesus por tudo o que ele fez por nós. A motivação dos
discípulos de Jesus é que outras pessoas também sejam alcançadas por Cristo,
como nós fomos; por isso, investimos na igreja, na equipe pastoral, nos irmãos
que passam dificuldade, na plantação de novas igrejas, enfim, Deus está
alcançando vidas e nos dá o privilégio de fazer parte da missão.
Você quer ser um servo útil? Pare com as desculpas. Muitos sempre encontram
desculpas para não contribuir. Falam do salário instável, que não há dízimo no
Novo Testamento, que nunca sobra dinheiro, que tudo está caro, que, quando
tiverem mais dinheiro, contribuirão; enfim, inventam inúmeras desculpas. Se
você é um discípulo de Jesus, pare com as desculpas e comece a investir no
reino os recursos que Deus lhe deu.
Você quer ser um servo útil? Multiplique, e Deus o abençoará. O texto diz algo
muito claro: os servos que investem no reino terão os recursos multiplicados,
e quem não investe, até o que tem será tirado. Não estamos falando de troca,
mas de confiança na provisão do dono dos recursos. Se você é um discípulo de
Jesus, seja rico ou pobre, tendo muito ou pouco, você investirá no reino e
conhecerá o Deus provedor. A palavra de Deus nos garante que, ao dizimarmos
e ofertarmos, quando realmente somos generosos, se administrarmos com
sabedoria e assumirmos a responsabilidade da missão, as janelas dos céus se
abrirão e nada há de faltar. (Malaquias 3.10-12).Minha oração é que nos perdoe por não investirmos no reino. Que a vida de
Jesus nos lembre de que todos os recursos são de Deus. Que o Espírito Santo
nos guie para sermos servos úteis, que tenham a motivação correta, crendo
na provisão dEle.¹ Hernandes Dias Lopes, Mateus: Jesus, o Rei dos Reis, 1a edição, Comentários
Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2019), 727.