Categoria: Artigos
Data: 17/11/2024


A grande meretriz e a queda da Babilônia - Apocalipse 17 e 18

Sinopse da série

De tempos em tempos a temática do fim do mundo sempre vem à tona em nossa cultura. Desequilíbrio climático, doenças pandêmicas, conflitos entre as nações, é só nos depararmos com catástrofes naturais e/ou tragédias na humanidade que nossas mentes são alcançadas por uma pergunta: Será que o fim pode estar próximo?

É em momentos assim que algumas pessoas se aproximam do livro do Apocalipse, com curiosidade e medo, buscando nos escritos de João um mapa profético para investigar fatos históricos acerca do fim. O problema é que o livro de Apocalipse é cheio de figuras e símbolos que parecem não ter a ver com a nossa realidade.

O escritor N.T. Wright diz: Assim como nada que fazemos no presente é meramente relevante para o presente… também nada na visão do futuro é meramente futuro. Compreender que as descrições gloriosas de João falam de um futuro mas também do seu presente, torna Apocalipse um livro essencial na vida dos discípulos de Jesus, pois nele encontramos fortalecimento para o presente e esperança para o futuro.

Contextualização do livro

A partir daqui, quero expor para você as 7 seções do Apocalipse. Apesar da riqueza poética e profética de cada capítulo, o livro de João parece ser dividido em 7 seções que se repetem e intensificam.

·         Na 1ª seção - cap. 1 a 3 - As igrejas como povo de Deus.

·         Na 2ª seção - cap. 4 a 7 A igreja enfrenta perseguições, simbolizadas pelos sete selos.

·         Na 3ª seção - cap. 8 a 11 Os anúncios dos juízos de Deus, representados pelas sete trombetas.

·         Na 4ª seção - cap. 12 a 14 - O conflito entre Satanás e a igreja.

·          Na 5ª seção - cap. 15 a 16 - As taças da ira de Deus.

·         E hoje e na próxima semana vamos ver a 6ª seção - cap. 17 a 18 - A queda dos poderes deste mundo

·         (a 7ª sessão veremos nas últimas mensagens).

1- A falsa igreja (cap. 17.1-5)

(v.1) João faz um paralelo com Jeremias 51.13 — a queda da Babilônia e do Império Romano. Sua advertência é sobre a queda do poder desse mundo, alertando os cristãos que podem se contaminar com cultura pecaminosa de Roma.

(v.2-3) Prostituição com as autoridades;

Infelizmente, não é de hoje que nos deparamos com uma falsa igreja que se prostitui com as autoridades e o poder político, e isso só piora. Pessoas que gastam horas em discussões, mas não gastam a mesma energia para compartilhar o evangelho. Outros, que, por causa de algum benefício político, investem todo o tempo do seu dia, mas não encontram tempo para servir sua comunidade. Essa é a igreja que se prostitui.

(v.4-5) Vestidos de riquezas;

É gente que se diz discípulo de Jesus, mas admira e bajula os ricos e despreza os pobres. É gente que quer ter mais e mais para si, mas não consegue partilhar nem com a própria igreja que frequenta. Não doam para um amigo ou familiar que está precisando, mas gastam valores altíssimos em entretenimento. Dizem confiar em Deus, mas ficam desesperados quando mexem na poupança. Essa é a falsa igreja perdida no dinheiro.

2- Como sou salvo? (cap. 17.6-18)

(v.6-14) - A besta foi a personificação dos grandes impérios do passado. Já não é mais, porque esses impérios caíram. Está para emergir, porque, antes da segunda vinda, o anticristo se levantará. Segunda vinda? Sim, vamos explicar…

Quando Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, tudo era perfeito, não havia o mal. Mas o ser humano decidiu ser autônomo, escolhendo o bem e o mal, em vez de escolher a vida de Deus. O pecado entrou na humanidade: a besta, o orgulho, a vaidade, os reinos, o poder sobre os outros — tudo isso passou a existir.

Então, Deus envia seu filho Jesus, e ele, sendo Deus, se fez homem e, sem pecado algum, foi morto na cruz. Como um cordeiro sacrificado, sua morte na cruz paga pelos nossos pecados de uma vez. Sua ressurreição revela um novo caminho para os seus escolhidos. Jesus sobe aos céus dizendo que, um dia, ele voltará para resolver todas as coisas. Essa é a segunda vinda.

(v.14-18) - Agora, há 3 termos que definem bem os que estarão do lado do cordeiro: chamados, escolhidos e fiéis. Se alguém se acha escolhido, mas não é fiel a Deus em suas atitudes, algo está errado. Mas se alguém acha que só pela sua fidelidade será salvo, está enganado. A salvação é por intermédio de Jesus. Como saber se sou eleito? Ele te chama. Se você está aqui, caminhando em uma comunidade, querendo se aproximar, você está atendendo a um chamado. Seja fiel e deixe a salvação com Ele.

3- A verdadeira igreja (cap.18)

(v.1-8) - Na Babilônia, na igreja falsa, as pessoas se prostituem com a política e com o poder. No reino de Deus, é o oposto disso.

Se você é discípulo de Jesus, cidadão do reino e faz parte da verdadeira igreja, você não gasta seu tempo se prostituindo com a corrupção política para benefício próprio. O cidadão do Reino investe tempo falando de seu rei, Jesus, que ele é o único jeito de nossa sociedade ser melhor. Você se dispõe a servir a Deus, investindo seu tempo, para que o evangelho continue sendo propagado.

(v.9-19) - Na Babilônia, na igreja falsa, as pessoas fazem qualquer coisa pelo dinheiro, vendem as almas humanas. No reino de Deus, é o oposto disso.

Se você é discípulo de Jesus, cidadão do reino e faz parte da verdadeira igreja, seus recursos não são só para você ou para seu consumismo. O cidadão do Reino contribui com alegria em sua comunidade porque ele não quer que ninguém tenha falta de nada, porque ele quer que o evangelho continue sendo pregado e as pessoas sejam restauradas. Você precisa crer na provisão de Deus e que não faltará o necessário.

(v.20-24) - O juízo chegará para a Babilônia, para a igreja falsa; não haverá mais música, nem festa, nem alegria. O Reino de Deus é o oposto disso.

Se você é discípulo de Jesus, cidadão do reino e faz parte da verdadeira igreja, você pode ter a certeza de que Deus olha os prejuízos políticos que você sofre, também vê a partilha que você faz com os seus recursos e fará você vencer esse mundo. O que precisamos rever é se temos sido cidadãos da Babilônia ou cidadãos do Reino de Deus.

Minha oração é que Deus nos perdoe por caminharmos como a falsa igreja que se prostitui com a política e que vive pelos recursos. Que, em Jesus, a gente encontre o verdadeiro chamado. Que o Espírito Santo nos ajude a viver como cidadãos do Reino.


Autor: Kariston Fiori   |   Visualizações: 167 pessoas
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