Vencendo a besta

Vencendo a besta - Apocalipse 15 e 16

Sinopse da série

De tempos em tempos a temática do fim do mundo sempre vem à tona em nossa cultura. Desequilíbrio climático, doenças pandêmicas, conflitos entre as nações, é só nos depararmos com catástrofes naturais e/ou tragédias na humanidade que nossas mentes são alcançadas por uma pergunta: Será que o fim pode estar próximo?

É em momentos assim que algumas pessoas se aproximam do livro do Apocalipse, com curiosidade e medo, buscando nos escritos de João um mapa profético para investigar fatos históricos acerca do fim. O problema é que o livro de Apocalipse é cheio de figuras e símbolos que parecem não ter a ver com a nossa realidade.

O escritor N.T. Wright diz: Assim como nada que fazemos no presente é meramente relevante para o presente… também nada na visão do futuro é meramente futuro. Compreender que as descrições gloriosas de João falam de um futuro mas também do seu presente, torna Apocalipse um livro essencial na vida dos discípulos de Jesus, pois nele encontramos fortalecimento para o presente e esperança para o futuro.

Contextualização do livro

A partir daqui, quero expor para você as 7 seções do Apocalipse. Apesar da riqueza poética e profética de cada capítulo, o livro de João parece ser dividido em 7 seções que se repetem e intensificam.

Na 1ª seção - cap. 1 a 3 - As igrejas como povo de Deus. Na 2ª seção - cap. 4 a 7

• A igreja enfrenta perseguições, simbolizadas pelos sete selos. Na 3ª seção - cap. 8 a 11
• Os anúncios dos juízos de Deus, representados pelas sete trombetas, não levam o mundo ao arrependimento. Na 4ª seção - cap. 12 a 14 - O conflito entre Satanás e a igreja se intensifica. Na 5ª seção - cap. 15 a 16 - A pergunta é: O cálice da ira de Deus tem limite? Em Apocalipse 15.1 vemos que sim. Os 7 anjos com as últimas pragas, completarão a ira de Deus. (as outras duas seções veremos nas próximas mensagens).

1- A cólera de Deus (cap. 15.5-8)

(v.5-7) Apesar de Deus ser infinito em misericórdia e amor, Ele também se ira, e chegará o tempo em que essa ira será derramada sobre a humanidade.

Tenho ouvido muito em nosso tempo sobre um Deus politicamente correto, que só ama, perdoa, é paciente e bondoso. Sim, Deus é tudo isso. Mas já temos visto os "flashs" da ira de Deus e isso será intensificado cada vez mais. Infelizmente, tem gente brincando com a ira de Deus; que continuam em seus caminhos de orgulho e vaidade, são adoradores da besta, amam mais esta vida e o que ela oferece do que o Criador.

(v.8) João faz um paralelo com o tabernáculo (Êxodo 40.34-35) e, como Moisés não pôde acessar a presença de Deus, da mesma forma, na ira, não haverá mais acesso.

Vivemos um tempo em que ainda há acesso. É verdade que, em alguns momentos, parece que a ira de Deus está sendo derramada, os planos de Deus parecem obscuros e sentimos não conseguir acessar Deus. Mas isso são só relances, são momentos de crises de fé; momentos em que o pecado grita mais alto; momentos em que nos perdemos pelo caminho, mas ainda assim, temos acesso a Deus. Um dia, não teremos mais, mas ainda temos.

2- No Armagedom (cap. 16)

(v.1-14) - O mais triste é ver que, mesmo com todos os anúncios e sinais, nem mesmo com a ira de Deus sendo derramada, os adoradores da besta não se arrependem, continuam idolatrando as coisas do homem, dinheiro, sucesso, fama, amam mais a vida aqui e este mundo do que o Criador. É verdade que nem sempre foi assim…

No início da criação, o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, se encontrava diariamente com seu Criador. Mas o ser humano troca o acesso ao seu Criador, tentando usurpar o lugar de Deus, decidindo entre o bem e o mal. O pecado se instalou.

Mas, por misericórdia, Deus enviou seu Filho Jesus para morrer na cruz, para que aqueles que fossem alcançados por sua graça pudessem ter acesso a Deus. Jesus ressuscitou, subiu aos céus, inaugurando o seu reino e prometendo que um dia Ele voltaria. Até lá, Ele deixaria sinais, e é isso que temos visto em Apocalipse.

(v.15) - Na segunda vinda, Jesus virá num piscar de olhos. Os filhos de Deus são aqueles que viveram suas vidas esperando ansiosamente encontrar seu Criador.

(v.16-21) - Nesse dia, todos se encontrarão no Armagedom, que não é um lugar, mas um símbolo da libertação dos filhos de Deus e de como a ira de Deus destruirá a “grande Babilônia”, estruturas e sistemas que o ser humano criou para propagar o mal.

3- Amando a Deus mais que o mundo (cap.15.2-4 )

(v.2a) - Nessa descrição do trono, João menciona duas características: Um mar de vidro mesclado com fogo, onde os filhos de Deus estão. Isso representa transparência e purificação (fogo refina o ouro). Os que venceram a besta caminharam pelo juízo divino.

Talvez alguém pergunte: Deus deixa de ser misericordioso por se irar? Não, porque Ele tem dado sinais (transparência) e com provações (purificação). Todo ser humano contemplará os sinais do juízo de Deus de forma transparente. Mas todo ser humano também passará por provas que podem purificar. A diferença está que os que amam mais esta vida, os adoradores da besta, veem tudo isso como ausência de Deus, se revoltam, se decepcionam, desistem de crer porque estão apegados a este mundo. Mas para os discípulos, o consolo de João é mostrar que os sinais nos lembram que Jesus virá; e as provações nos purificam e nos prepararam para vencer a besta. Só enxerga assim quem ama mais a Deus do que este mundo (Apocalipse. 12.11).

(v.2b-4) - Agora, esses versículos nos mostram o quanto a adoração é importante, há muita música no céu, há amor a Deus mais que a própria vida.

Deus chama seus discípulos para uma vida de adoração. Se somos discípulos, precisamos levar a sério o momento de adoração. Valorizar a adoração na comunidade, abrir o coração e adorar a Deus com a alma, como alguém que ama a Deus mais que tudo, que reconhece quem Ele é. Concentre-se no que está acontecendo aqui, esqueça as coisas lá fora. Olhe para Deus, como um Pai, como um amigo, como o Criador.

Minha oração é que Deus nos perdoe por muitas vezes não aproveitarmos a oportunidade que ainda temos de acessar Sua presença. Que Jesus nos dê um coração arrependido. Que o Espírito Santo nos ensine a amar mais a Deus do que este mundo.