
Categoria: Artigos
Data: 13/07/2025
Um prisioneiro que não anda só - Filemom 1.1-7
Sinopse da série
Em nosso mundo contemporâneo, a liberdade é frequentemente definida pela
autonomia e pela ausência de restrições. Buscamos incessantemente fazer o
que, quando e como queremos. O problema é que esse tipo de liberdade não
preenche nosso vazio e, muitas vezes, nos encontramos presos a expectativas
sociais, à autonomia superficial ou a um egoísmo profundo.
que, quando e como queremos. O problema é que esse tipo de liberdade não
preenche nosso vazio e, muitas vezes, nos encontramos presos a expectativas
sociais, à autonomia superficial ou a um egoísmo profundo.
O filósofo alemão Immanuel Kant disse: ”A vontade é, pois, a faculdade de se
determinar a si mesma a agir em conformidade com a representação de certas
leis, e uma tal faculdade só se pode encontrar em seres racionais.” Ou seja,
liberdade não é fazer o que se quer, mas é ter a capacidade de escolher o que
se deve fazer.
leis, e uma tal faculdade só se pode encontrar em seres racionais.” Ou seja,
liberdade não é fazer o que se quer, mas é ter a capacidade de escolher o que
se deve fazer.
Essa reflexão paradoxal sobre liberdade não é de hoje e muito menos de Kant.
Contextualização do livro
No início da carta a Filemom, Paulo se apresenta como ”...prisioneiro de Cristo
Jesus”. Isso é contraditório, já que Jesus Cristo disse que veio para libertar as
pessoas e não para prender (João 8.36). O reformador João Calvino, em seu
comentário sobre a carta de Filemom, explica dizendo que: "ele agora se
qualifica de seu prisioneiro, visto que as cadeias com que se encontrava
acorrentado por causa do evangelho eram os ornamentos ou emblemas da
comissão que desempenhava por amor a Cristo”.
pessoas e não para prender (João 8.36). O reformador João Calvino, em seu
comentário sobre a carta de Filemom, explica dizendo que: "ele agora se
qualifica de seu prisioneiro, visto que as cadeias com que se encontrava
acorrentado por causa do evangelho eram os ornamentos ou emblemas da
comissão que desempenhava por amor a Cristo”.
Ou seja, Paulo está nos ensinando que a verdadeira liberdade floresce na
entrega a um propósito maior, uma missão que desenvolve paixão por servir
a Deus e clamar pelas pessoas, acima de tudo. De quem temos sido
prisioneiros: de Cristo ou de nós mesmos? A primeira reflexão é que um
prisioneiro que não anda só (v.1-7).
entrega a um propósito maior, uma missão que desenvolve paixão por servir
a Deus e clamar pelas pessoas, acima de tudo. De quem temos sido
prisioneiros: de Cristo ou de nós mesmos? A primeira reflexão é que um
prisioneiro que não anda só (v.1-7).
1- A motivação egocêntrica - v.1-4
Paulo está preso e, mesmo com algemas e cadeias o cercando, ele escreve
essa carta compreendendo que, mesmo diante de tamanha aflição que a
prisão pode trazer a ele, tudo o que o motiva a suportar essas circunstâncias
é Cristo (v.1a). Apesar da solidão que a prisão pode trazer, Paulo não anda
só; ele tem seus companheiros de missão, homens e mulheres pelos quais
ele agradece a Deus e ora sempre por eles (v.1b-4).
essa carta compreendendo que, mesmo diante de tamanha aflição que a
prisão pode trazer a ele, tudo o que o motiva a suportar essas circunstâncias
é Cristo (v.1a). Apesar da solidão que a prisão pode trazer, Paulo não anda
só; ele tem seus companheiros de missão, homens e mulheres pelos quais
ele agradece a Deus e ora sempre por eles (v.1b-4).
Muitas pessoas, diante das aflições, em vez de Cristo ser sua maior
motivação, buscam em uma suposta “liberdade” uma motivação para as
circunstâncias, mas essa liberdade nada mais é do que viver para si mesmas.
Então, alguns buscam encontrar motivação no trabalho excessivo ou nas
conquistas que esse esforço trará; outros buscam motivação nos prazeres e
vícios; e outros se motivam em provar seu valor. Se estamos vivendo assim,
mais para nós mesmos do que para as coisas de Cristo, estamos presos a
motivação, buscam em uma suposta “liberdade” uma motivação para as
circunstâncias, mas essa liberdade nada mais é do que viver para si mesmas.
Então, alguns buscam encontrar motivação no trabalho excessivo ou nas
conquistas que esse esforço trará; outros buscam motivação nos prazeres e
vícios; e outros se motivam em provar seu valor. Se estamos vivendo assim,
mais para nós mesmos do que para as coisas de Cristo, estamos presos a
motivações que em algum momento nos deixarão sem chão, se já não nos
deixaram.
deixaram.
O problema é que, em vez de entender que todos, em algum momento da
vida, precisarão de ajuda, principalmente dos irmãos da fé, algumas pessoas
escondem suas crises porque não suportam a ideia de alguém saber mais
que elas. Em vez de gratidão e oração pelos companheiros de jornada, alguns
escolhem viver examinando e julgando os outros. Assim, para esconder as
crises, pessoas inflamam seus egos.
vida, precisarão de ajuda, principalmente dos irmãos da fé, algumas pessoas
escondem suas crises porque não suportam a ideia de alguém saber mais
que elas. Em vez de gratidão e oração pelos companheiros de jornada, alguns
escolhem viver examinando e julgando os outros. Assim, para esconder as
crises, pessoas inflamam seus egos.
2- A fé que liberta para amar - v.5
Paulo destaca que ouviu sobre a fé em Jesus e amor pelos irmãos de
Filemom. Isso me leva a me questionar: será que o mundo, preso em uma
falsa liberdade, tem ouvido falar da nossa fé em Jesus e do nosso amor para
com os da fé, ou tem ouvido sobre pessoas que se motivam em si mesmas e
que se escondem no egocentrismo?
Filemom. Isso me leva a me questionar: será que o mundo, preso em uma
falsa liberdade, tem ouvido falar da nossa fé em Jesus e do nosso amor para
com os da fé, ou tem ouvido sobre pessoas que se motivam em si mesmas e
que se escondem no egocentrismo?
Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Porém, na escolha de
uma liberdade sem compromisso, o pecado entrou na humanidade, e no início
da queda, temos Adão projetando em Eva e em Deus o seu erro
(Gênesis 3.12). Assim, para esconder as crises, buscamos motivação em nós
mesmos e inflamamos o ego.
uma liberdade sem compromisso, o pecado entrou na humanidade, e no início
da queda, temos Adão projetando em Eva e em Deus o seu erro
(Gênesis 3.12). Assim, para esconder as crises, buscamos motivação em nós
mesmos e inflamamos o ego.
Mas Deus, em seu plano maior, enviou seu filho Jesus para viver entre nós.
Ele morreu na cruz pelos nossos pecados e, ao terceiro dia, ressuscitou. É na
fé em sua vida, guiada pelo Espírito Santo para viver uma nova vida, que
podemos amar.
Ele morreu na cruz pelos nossos pecados e, ao terceiro dia, ressuscitou. É na
fé em sua vida, guiada pelo Espírito Santo para viver uma nova vida, que
podemos amar.
Assim, só conseguiremos viver um amor verdadeiro quando nossa fé estiver
verdadeiramente em Jesus. Quando Ele for a motivação para suportar as
dificuldades, mais do que em nós mesmos. Quando, por Ele, nos humilhamos,
abrindo o coração sobre nossas crises para pessoas que Ele nos deu para
caminhar conosco, em vez de nos fecharmos em nosso ego. É na fé em Jesus
que somos libertos para amar.
dificuldades, mais do que em nós mesmos. Quando, por Ele, nos humilhamos,
abrindo o coração sobre nossas crises para pessoas que Ele nos deu para
caminhar conosco, em vez de nos fecharmos em nosso ego. É na fé em Jesus
que somos libertos para amar.
3- A motivação de fé e amor - v.6-7
E nessa oração, o apóstolo deixa claro que a comunhão é uma expressão da
fé, e essa fé continuará existindo e crescendo quando for regida pelo bem
que Filemom conhece em Cristo (v.6). E é em meio à prisão que Paulo diz
encontrar alegria e consolação (παράκλησιν: também traduzida como
encorajamento) ao saber do amor de Filemom, pois esse amor estava
reanimando o coração da igreja (v.7).
fé, e essa fé continuará existindo e crescendo quando for regida pelo bem
que Filemom conhece em Cristo (v.6). E é em meio à prisão que Paulo diz
encontrar alegria e consolação (παράκλησιν: também traduzida como
encorajamento) ao saber do amor de Filemom, pois esse amor estava
reanimando o coração da igreja (v.7).
A comunhão é uma expressão da fé, e essa fé é comprovada pelo bem que
Cristo faz em nós. Não dá para falarmos que temos fé em Jesus sem ter
comunhão a igreja, não podemos estar firmes na fé quando não há tempo
em nossa agenda para a missão de Jesus e para a comunhão. Precisamos
levar a sério nossos encontros dominicais, a comunhão pré e pós-cultos,
os GCs, o voluntariado, porque a igreja, mesmo com pessoas pecadoras
como eu e você, é o lugar de expressão da fé em Cristo.
Cristo faz em nós. Não dá para falarmos que temos fé em Jesus sem ter
comunhão a igreja, não podemos estar firmes na fé quando não há tempo
em nossa agenda para a missão de Jesus e para a comunhão. Precisamos
levar a sério nossos encontros dominicais, a comunhão pré e pós-cultos,
os GCs, o voluntariado, porque a igreja, mesmo com pessoas pecadoras
como eu e você, é o lugar de expressão da fé em Cristo.
Agora, reflita: “As pessoas têm encontrado em nós alegria e encorajamento,
ou temos sido instrumentos de desânimo?”. Infelizmente, confesso que já vi
e ainda vejo irmãos e irmãs que mais desanimam do que encorajam. Dentro
da igreja, quando não se identificam com alguém, alguns vivem nas
"conversas de tenda”. Desrespeitam a história e a dedicação dos irmãos,
não celebram as vitórias e só ressaltam as derrotas. Fora da igreja, há os
"crentes" que estão inertes à missão. são grosseiros, violentos, dão mau
testemunho, não compartilham Jesus com ninguém e ainda afastam os não
crentes da igreja. Você realmente é um prisioneiro da liberdade de Cristo?
Que dentro e fora da igreja, nossas palavras e atitudes frutifiquem em
alegria e encorajamento.
ou temos sido instrumentos de desânimo?”. Infelizmente, confesso que já vi
e ainda vejo irmãos e irmãs que mais desanimam do que encorajam. Dentro
da igreja, quando não se identificam com alguém, alguns vivem nas
"conversas de tenda”. Desrespeitam a história e a dedicação dos irmãos,
não celebram as vitórias e só ressaltam as derrotas. Fora da igreja, há os
"crentes" que estão inertes à missão. são grosseiros, violentos, dão mau
testemunho, não compartilham Jesus com ninguém e ainda afastam os não
crentes da igreja. Você realmente é um prisioneiro da liberdade de Cristo?
Que dentro e fora da igreja, nossas palavras e atitudes frutifiquem em
alegria e encorajamento.
Minha oração é que Deus nos perdoe pela nossas motivações egocêntricas,
que é apenas um casco para esconder nossas crises. Que em Jesus
possamos ser libertos para amar. E que o Espírito Santo nos guie para que a
expressão da nossa fé seja a comunhão que alegra e encoraja as pessoas
ao nosso redor.
que é apenas um casco para esconder nossas crises. Que em Jesus
possamos ser libertos para amar. E que o Espírito Santo nos guie para que a
expressão da nossa fé seja a comunhão que alegra e encoraja as pessoas
ao nosso redor.